Comecei no escritório para ser secretária dele. A primeira impressão
foi a melhor possível.
- Uau!
Pensei: que gato!... Um coroa charmoso, elegante, bonito...
E qual foi minha surpresa, quando também se apresentou como a pessoa
que me orientaria no serviço. A princípio, notei uma olhadinha diferente, mas,
fingi não dar atenção. E aquelas olhadinhas foram, ao longo do tempo, se
transformando em algo mais atrevido e já me sentia diferente, em algumas situações.
À
noite ficávamos, por algumas horas, sozinhos no escritório. A proposta, a
princípio, seria me passar mais detalhadamente o serviço. Estranhei, mas
deveria ser procedimento normal. (Apesar de ter gostado e de todas as
desconfianças).
Ele
era uma pessoa educada, inteligente, tinha uma voz empostada, bonita e
conseguia me prender, quando conversava. Sempre sabia o que dizer, na hora
certa.
Havia
nele um olhar misterioso, envolvente e em alguns momentos, me surpreendia com
aqueles olhos, que pareciam me desnudar.
Num
desses dias, notei que estava, ainda mais, gentil e por que não dizer,
carinhoso? Elogiava a maneira de me vestir discretamente, elegante e sensual.
Dizia que o corte do cabelo caiu muito bem em meu rosto e que meu tom de voz,
despertava nele, outros interesses fora dos profissionais. A esta altura em que
falava, ia aos poucos se aproximando mais e o olhar fulminava o meu. Fui aos
poucos, me sentindo dominada e passei também a desejar, que ele se aproximasse
ainda mais, que me tocasse...
Senti
que seus braços tentavam me envolver, enquanto eu, sem querer demonstrar meu
interesse, tentava me afastar daquela situação.
Mas, foi
inevitável! Cruzamos os olhares, como nunca! Estávamos tão perto, que podia
sentir a quentura dos seus lábios, nos meus, ainda que não os tocasse. Aquele
perfume inebriante se aproximava cada vez mais.
Levamos
algum tempo com os olhos fixos, um no outro, como se quiséssemos ler o
pensamento, ver a alma nua. Os nossos lábios se tocaram, apenas roçávamos um no
outro e um calafrio percorreu meu corpo, ao sentir que me buscava, cada vez
mais, com paixão e loucura.
Beijamo-nos
como se quiséssemos devorar um, ao outro. As carícias foram ficando cada vez
mais, intensas. Aquela voz rouca sussurrava aos meus ouvidos, palavras que me
deixavam louca.
Sem
senti, sem me dar conta, ele ia me despindo devagarzinho... A sua boca me
percorria com frenesi, enquanto eu me deixava dominar e me entregava aquele delírio.
Já não havia mais lucidez naquele momento.
Naquela luxuria, passei a dominar a situação; terminei de despi-lo e
senti que ele ficava louco, nas carícias que lhe fazia com seu sexo em minha
boca.
E ali,
naquela sala do escritório, nos amamos, com paixão e loucura. Nossos corpos a
buscarmo-nos, cada vez mais, nos deixavam à sensação de que ainda era pouco,
para o muito que nos desejávamos. E eu, não pensei
em mais nada. Entreguei-me totalmente e vivemos um prazer muito intenso e
inesquecível.
2 comentários:
Intenso, hein? Se a moda pega, os escritórios não andam! :) Falando sério, belo conto; boa semana.
Prendeu-me a atenção de ponta a ponta, hein?
A paixão, dizem ser breve e que o amor é o que vale, pois é duradouro...mas...uma paixão daquelas, inesperadas, no escritório, quem poderá esquecer?
Na medida certa, Lúcia. Amiga minha, grande contista das emoções humanas. Adorei!!! Quero mais!!!
Bjsss
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