Anoitecia.
Já no carro, Mario deixava entender, que queria avançar o sinal. No fundo,
estava gostando daquelas carícias. ... suas mãos suaves percorriam minhas
coxas. A brisa suave da noite penetrava por uma pequena abertura da janela do
carro. Com jeitinho, afastava ligeiramente, aquelas “mãos bobas” e, ainda bem,
“teimosas”.
Durante
o trajeto, percebi que as vozes se calavam aos poucos
e naquele silêncio, a respiração começava a se fazer, cada vez mais, ofegante.
O mar,
ao longo do percurso, era um convite e parecia que Mario também, pensava a
mesma coisa. Aos poucos foi encostando o carro e disse:
- Quer
dar uma esticadinha na areia?
Impaciente,
mas com jeitinho inocente, respondi:
- Você
acha que podemos, a essa hora?
- Não
há perigo.
Descemos
e caminhamos em silêncio, até um local cheio de pedras. A noite já dava sinais
de que em breve, estaria presente. O vento frio que soprava do mar para a
terra, arrepiava minha pele, fazendo com que me aconchegasse cada vez mais, ao
corpo dele. A claridade era apenas da lua e das estrelas que refletiam na água
do mar.
Cenário
perfeito! O marulhar, o luar, a natureza, nós dois, a liberdade, o
encantamento, e a sedução...
Mario
encostou-se a uma das pedras e com volúpia, me puxou de encontro a ele. As suas
mãos começaram a deslizar por todo meu corpo, me fazendo estremecer de
arrepios. Os lábios foram delicadamente, encostando à minha boca entreaberta. O
beijo parecia querer alcançar a alma.
Cada
vez mais, nossos corpos ficavam envoltos por sensações mais intensas. Senti
suas mãos desatando os laços da minúscula calcinha. Quase enlouqueci!
Num
gesto sôfrego, desabotoei sua camisa e delicadamente deixei meus dedos
percorrerem todo seu corpo, deslizando suavemente... até certa altura.
Desabotoei o cinto e ali parei...
Quando
ouvi sua voz lânguida sussurrar:
- Não
pare! Esse é o momento que mais esperei na vida...
Naquele
instante, deixei que a calça caísse e então, pude sentir o contato direto de
nossos corpos, o calor e as gostosas sensações que o roçar de nossas coxas
produziam. Em meio ao frenesi, nos buscávamos cada vez mais. A doçura de nossos
beijos, transformavam-se em
loucos ardentes desejos. As ondas do mar pareciam acompanhar nossos movimentos,
como se marcassem um compasso descompassado, um vai e vem frenético,
indefinido, mas com sensações intensas e infinitas. A impressão era que
faltavam braços e bocas, para seguirem todos os ditames, que nossos desejos
imperavam.
Mario
com a voz entrecortada pelos gemidos dizia:
- Vem
minha gostosa! Deixe-me lhe fazer sentir que sou todo seu... Pegue-me, me
conduza... Quero sentir-me todo, nesse corpo gostoso que é tão meu!...
Gemidos
e sussurros se misturavam as respirações, que se tornavam cada vez mais,
intensas e ofegantes. Todo meu corpo parecia pulsar, descompassadamente!
Corações, em arritmias, até que atingimos a plenitude!
Foi
tudo muito forte e ficamos um tempo, agarradinhos, esperando que a calmaria
voltasse e pudéssemos recuperar o estado normal.
Por
alguns minutos, parecia-me estar fora de mim. Mario acariciava meus cabelos e
naquele momento, já não era mais a paixão, nem o desejo, muito menos a sedução,
que reinavam, mas, o amor através da ternura, e das carícias.
Beijamo-nos
longamente. Um beijo suave como a brisa. Ficamos ali, embevecidos, não sei por
quanto tempo, até que o avanço da hora sinalizou-nos que deveríamos voltar.
Apesar
do vento, fomos obrigados a uma rápida entrada no mar.
Caminhamos
lentamente de volta até o carro. Mario me apertou em seus braços e retrucou:
- Sabe?
Nunca havia lhe sentido tão minha!...
E eu
respondi:
- Sei
sim! Até porque, da mesma forma, nunca lhe senti tão meu. Foi um momento lindo
em minha vida e jamais esquecerei.
Partimos.
Enquanto o carro se deslocava, observava a encantadora paisagem, pensando com
meus botões: “aqui ficarão as mais doces e mais loucas lembranças; guardarei
para sempre esse momento, trancado a sete chave dentro de mim, segredos do
coração!”
Confesso
que sempre pensamos voltar. Mas, o tempo
mudou. O vento agora já sopra, insuportavelmente frio e as chuvas intensas, não
marcam mais hora pra voltar.
E cada
vez que lembramos, é inevitável não sentirmos desejos e aquela sensação de
plenitude, de realização. Segredos que guardamos na lembrança, em nossos
corações.
2 comentários:
Eu não sabia que você também escrevia contos. Gostei! E o blog ficou muito bom, sim. Valeu a mudança, ficou ótimo! Boa semana.
Felicidades por esa familia tan bella. Suerte mucha surte.
Besos.
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